"Cala-te!"-rugiu aquele que estava a minha frente-"Já te disse que acabou. Não tem sentido continuar com esta loucura!!!" As lágrimas afloraram-me os olhos. Ainda à pouco era tudo tão lindo, e agora tudo era uma loucura. "Que voltas que a vida dá."-disse para mim e virei as costas. Aquele vulto que abandonara não me tentou seguir, ou consolar, ou até acompanhar para ver se aguentaria a dor.
Abandonei o local e dirigi-me já não sei para onde, e chorei! Chorei porque desperdiçara o meu tempo, pintara um céu e batera bem duro na terra. E pensei na dureza dos homens, na indiferença de tantos humanos que ainda por cima guardamos de tal forma que nunca guardamos outros.
Parando de chorar falei! Falei como um suspiro inaudível aos outros, como se só eu soubesse como me ouvir, "nunca mais".
Os meses foram passando com lutas diárias contra tantos encontros, tantos olhares de frente, como se nunca a confiança nos tivesse abandonado.
Perdi muito aquilo que guardei. O tempo, e as minhas decisões, fizeram que tanto que presava me deixasse!
Pergunto-me porquê! Tantas vezes, que me canso. Mas a mim não são permitidas saudades, ou sofrimentos, ou quedas! Mas a realidade é que os outros querem sempre o melhor de nós, sem darem nada, ou dando muito pouco em troca. A realidade é que somos profundamente egoistas e não há nada a fazer!
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