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Não há lugar




É ponto acente esta história de ser-se vivo.
Primeiro, eu não pedi nada.
Segundo, fui educado a aceitar por isso aceito.
Terceiro, tenho que continuar isto.

Minha senhora saia daí! Saia daí que já me irrita. Hoje só vi cabeças e mesas com mais cabeças. Que sentido tem esta gente toda aqui?
Mania de não perceberem que gosto de estar só, bicho só, menino sem casa.
Portanto, pire-se daí que eu quero passar.
Não atrapalhe, vá lá!
Minha senhora desculpe mas não tenho tempo para si!
Que porra mais chata, se isto não fosse um texto sério já me saiam algumas palavras. E eu sou um senhor de palavras sabe. Gosto de palavras pesadas que se cantam em música de pontos.
Sou um homem de palavras ditas e escritas, minhas e dos outros, de hoje e de ontem. Escritas em blocos de papel ambulantes. Ditas em dias sérios de chuva. Lembradas em momentos de silêncio.

Mas hoje, senhora tristeza, não vai ser assim. Portanto,
   (e agora é sério que já me estou a repetir)
saia daí! Não há lugar para si.
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