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Normalmente diferente




Menino do passado conta-me histórias. A porta fechou e ficamos para trás. Eu e tu, mais o que fizemos os dois nesse tempo de fadas.
Não penses na vida, isso não existe. Existem as chuvas de Dezembro, as noites de Agosto e uma senhora que vende castanhas no Outono eterno construído por nós. Cristalizamos os dias em ideias, as horas em suspiros e os minutos em vontades que Freud descobriu.
Mas o tempo passou e nós ficamos cristais velhos, sem lustro de teatro ou copo de gala. Foi tudo e nós nada, como sempre. Nada porque queríamos um amanhã, um depois, uma data marcada. E hoje? Como foi hoje?
   (acordei preso em mais uma trama de sentimentos. quero? quero mesmo?)
"Hoje foi normal", sai a frase nas escritas cibernéticas. "Que tens feito" - "O costume, o normal". E ficamos assim, cheios de normas, que nos fazem normais num dia normal.
   (camadas de gente que vegeta e nos pega na sola. enchem as discotecas. ouvem a gaiteirice do barulho que pessoas lhes impingem com voz de liberdade)

Não sei que mais escrever. Tenho a janela aberta, passam carros e está de noite. É noite cedo agora no Inverno.
É sempre noite agora,
década nova ...
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