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Durante



Estrelas cadentes e um carro na estrada, andando,
indo para longe.
A noite decorrendo como um filme mudo impelido pela música da rádio. Do lado de fora fantasmas.

A intimidade criada por umas velas frágeis. Dois corpos escutando os grilos em festa. Noite.
Um beijo eterno alimentado pelo respirar. Só o respirar ... Plantas dançando com o vento e fantasmas bons. O assobio a brisa nos ouvidos virados para dentro.
"Só ouço a tua corrente" ... sangue nas veias a pulsar para o coração, noite salpicada por luzes, grilos e pirilampos.
"Só sinto os teus braços" ...  conforto vindo da boca, encaixe no céu, a vida com sentido.

Um gato eterno aos pés e a noite entrando no apartamento. Livros invisíveis, mas certos, lá na penumbra. Vários tons de cinza comendo a cor e umas sombras dançando em volta da luz exterior.
Um copo na mão, o gato nos pés, meio copo na mão, o gato rosnando, estátua lívida amiga da noite.

Fuga.  
Amor.
Melancolia.
(horas de igualdade entre os homens)
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