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A casa pequena...




Era uma vez, uma casa pequena situada na encosta de uma colina. A colina era verde e era toda coberta por uma grande floresta de pinheiros, cedros e variadas árvores. A pequena casa situava-se numa pequena clareira onde a erva verde molhada pelo orvalho, crescia abundantemente, como se de um campo relvado se tratasse, mas a relva em vez de simetricamente cortada, tinha um crescer tão natural como toda a vegetação. Era como se aquela colina fosse um lugar deserto da terra, onde o pé do homem nunca tivesse chegado. Mas a realidade é que no meio daquela natureza tão primitiva existia uma casa, uma casa que apesar de simples, denotava a presença do homem.
A realidade é que todas as manhãs um homem robusto que aparentava os seus 25 anos, portanto na flor da juventude, saia da casa e sentava-se numa rocha e meditava com a natureza imitando os animais, ouvindo as árvores, ouvindo o rio e maravilhando-se com as vidas que do leito da água dependiam. A realidade é que o homem passeava-se na natureza como se não a afectasse. Era como se o homem e a natureza fossem um, unidos por laços de partilha e respeito. A natureza provinha o homem do alimento e abrigo necessário, e o homem com a sua razão contemplava a natureza e cantava-a, alegrando assim a bela natureza.
Mas um dia, algo que não era homem nem animal, nem árvore ou planta, nem pedra ou água, passou a floresta e veio ter com o homem. A sua voz era grave e lembrava o Inverno, ou o desaparecer dos pássaros no Outono. Aproximando-se do homem perguntou-lhe - " Quem és tu e que fazes aqui?" - o homem respondeu - " Sou o homem e contemplo a natureza! e tu que és?" - o estranho respondeu - " Eu sou o mal e vim aqui ajudar-te." - e continuando o mal - " Olha sabes homem, tu podes dominar toda a natureza, podes transforma-la, torna-la melhor. Imagina tu que conheces a sua beleza, quão bela ela se poderia tornar, tudo por tuas mãos, só pelo teu génio e razão!"
O homem ouviu tais palavras e deixou-se seduzir pelo mal, começou a usar a natureza, e em vez de a admirar do rochedo pela manhã a natureza, começou a modifica-la perante os seus caprichos e desejos egoístas.
E de feliz todas as manhãs, o homem começou a envelhecer, enquanto que as suas marcas iam se aprofundando na natureza que ia morrendo, e assim o homem conheceu a morte, o desespero, a ganancia e pior o egoísmo!!! Fechara-se em si e deixara de reflectir.
E esse homem morreu, outros vieram e sempre fechados em si perderam a percepção do belo, apesar de se admirarem com o que os rodeava, perdiam-se nos seus planos e esqueciam a natureza que tanta força e longevidade tinha trazido ao homem.
Até que, um dia um homem como Deus veio falar aos homens de que havia um outro caminho. Árduo, diferente, até escandaloso, mas por esse caminho, o homem voltaria a ver a natureza. E por esse caminho esse homem como Deus criou a última árvore da terra a partir do seu corpo. salvou o mundo no madeiro.
E sabem a casa de clareira continua lá, bem escondida no nosso coração, à espera que de manhã nos levantemos jovens e contemplemos do rochedo a natureza. Basta seguir o caminho do madeiro ... do Madeiro da Cruz!
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Pedro disse...

um belo conto...foste tu que o fizeste?...muito benhe...hahahhahaa
abraço!