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Acordei?




Acordas e pensas:
Será que dormi?
Sonhei?
Estive mesmo aqui?

E pensas,
sonhas,
recordas...

Entras tu no sótão das memórias. E não sabes sair. Tudo porque não sabes como entraste. A porta é tão nova,
tão desconhecida,
tão fora de mim.
Queria poder planiar tudo. Afastar o medo de não saber. Calar o bicho do será que sim ou será que não.

Sempre perguntas e nunca está bem.
Ai, devia ser assim - penso eu (parvo de mim que penso).
Ou, e se for assado.
E enquanto penso e repenso, teorizo e ajuízo
ouço cá fora o gizo
da criança alegre que chama.

É a vida a chamar.
E ela grita,
tortura-me o ouvir.
Engana-me a consciência
E vem encher-me de sentir.

Ai! Quero lá saber se é ou não é.
As coisas não são pretas ou brancas
nem o rosa é da cor do céu.

Parta-se tanto pensar!
É preciso acordar!!!
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