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Ninho de rola



Harpas e uma rola que fez ninho na minha janela. Rinocerontes grandes e imensos, misturados com elefantes enormes, lutando com árvores milenares de um mundo com cem anos.
Eu acredito no sol a queimar a pele da gente que passa fome. E ele levanta e cai, rebolando pelas nuvens e chuvas, até chegar a um ponto onde beija a lua e se extingue.
Depois são fadas, orquídeas e eras abraçadas enquanto borboletas voam em direcção ao indefinido. Elfos dançantes com harpas, rolas, rinocerontes e elefantes.

Tenho chocolate, pêssegos, açúcar e canas. Ofereço tudo às formigas, elas merecem.
Acredito em colmeias de gente, onde o mundo não para e os segundos são milhares de histórias num espaço só. Anseio pelas torres de Babel principalmente por serem inacabadas. Canto sons da natureza durante noites solitárias, numa tumba onde passo mais de metade da minha vida. Uns chamam-lhe cama, eu não gosto do termo e a rola que fez o ninho lá fora também não.

Extremos paralelos. Muita gente foi feita para se amar mas não consegue.
Culpa da música e da arte. Apaixonam a gente e fazem sustos à morte. Até ao dia em que a rola partir, vier a chuva, os elefantes pararem e os rinocerontes deixarem de ser da cor do céu e se tornarem cinzentos.
Quando a fantasia morrer espero já ter uma torre bem alta.
Depois abraço um vestido negro, canto um ofício e contínuo o caminho com uma foice na mão.

no fim,
sonetos de Camões sobre o amor, sempre eternos, sempre grandes, sempre quentes.
tudo menos Inverno ...        
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