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A valsa



Tudo, tudo, tudo ...
tem um candeeiro no fim da rua ... tão lindo !
especado como testemunha de crime, de assalto,
de deslocação dos sem tecto.
Dançam em volta dele os corpos celestes em alegria descomunal, sobem aos céus restos de suor real, proveniência do exercício.
É uma folia própria dos arrastados,
da perspectiva infinita do tempo, como se o futuro fosse dependência dum ministério geracional,
a afirmação colectiva de uma época.
"Somos os escolhidos pela tarimba das madrugadas !"
E é cómico analisarmos o militarismo disto tudo, a propensão destes tempos de exaltar uma espécie de limbo,
de intervalo repetido como a ladainha das velhas antigas que faleceram.
Dançamos uma valsa supostamente eterna,
mas sabemos que o fim se aproxima em manhã de nevoeiro.  
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