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Vai ser!




Vai ser, vais ver! Não importa o peso da história, ou a lágrima daquela. Agora tem de ser.
Não pelo tempo, não penses que é pelo tempo. É pela vida. Isso do tempo há sempre, segundo acima, segundo abaixo, hora da festa ou feriado da terrinha.
Portanto, vamos deixar o tempo em paz porque no fim vai ser, tem de ser. Mesmo que me prendam por uma morte anunciada em silêncios, ou uma burla de acenos de cabeça. A janela que abriram, a fenda que fizeste, a nódoa da humidade do tempo já não passa mais.
É sempre dor e mais dor. Céu para cima e para baixo, preguiça em acordar para o consumir de todos nós. Ai, tem de ser! Vou arrancar aquelas pedras que pusemos em cima das coisas e vai saltar tudo: as noites e os dias, as falas e as ditas de tragédia grega, os bichos e os medos.
Não, não vai haver mais papão, porta cerrada ou dogma de incómodo. Sim, dogma de incómodo que fomos guardando porque não podia ser. Mas ele foi sempre, nós é que não o trazíamos à boca. Andou sempre pelo coração.
Por tudo isto, e muito mais, vai ser. E pelas novenas de Maio, as missas de sábado e os cantos de igreja não me fales no tempo. Já basta o que passou sem passar. Todos sabem que ele vai ficar, não existem milagres de alzheimer.
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