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No centro do mundo


Correndo por uma rua vazia onde seus passos assustavam a calma da noite, João pensou em como seria feliz num outro lugar qualquer. Talvez no campo vendo a lua cheia, que, por sinal, alumiava o céu da cidade substituindo o sol já posta à largas horas.

Saindo do carro limpou as lágrimas. Era a ultima vez.
"Acho que é tempo de acabar João. Não que eu não goste, mas temos idades diferentes e eu tenho família, negócios. Isto nunca devia ter acontecido!"
Doía-lhe o peito devido à adrenalina libertada.
Não podia ser.
E vagueou pela rua.

O negro aproximava-se perigosamente enquanto seu coração batia ainda mais de força.
Talvez tivesse valido a pena.
Só pensava nisso. E de fundo uma música que ouviu no rádio.
Do desconhecido fugia por instinto.
Que o matasse! Tinha morrido naquele carro caro, ode amara sobre estofos de pele.
Nisto, quando decidira parar, o negro cansou-se e voltou para trás. João entristeceu, dirigiu-se à ponte, viu o rio e a música na cabeça

   uma canção passou no rádio ...
   alguém que julgou ...
   que estava a falar ...
   quando a canção morreu ...


Nisto, a luz de um carro. A voz trémula,
   (minha mãe leva nos olhos as imagens do que fui. nunca esqueço isso)
o desejo do rádio, os estofos a queimar na pele encostada à tua.
E do alto dos seus 22 anos
   (vinte e dois momentos gravados nos olhos de uma mãe)
João foi falar com o rio e lhe disse:
- Amo-te.
Comentários
3 Comentários

3 comentários:

Joana Meneses disse...

gostava de te seguir no blog, mas não consigo :s

obrigada pelos comentários :p
sinceramente, também não entendi aquelas pernas. mas todos nós podemos ter interpretações diferentes.

Joana Meneses disse...

bem, amei o comentário, Leandro :D
fiquei mesmo boquiaberta com aquelas palavras tão fortes :)
beijo

João Bosco da Silva disse...

Bem, cada vez te invejo mais, no bom sentido. Fascinante.