Soube-se numa terra distante que o sol ia acabar.
Uns creram,
outros afirmaram a total falsidade como se recriassem uma crença pura.
Outros deslocaram o seu rosto e caminharam indiferentes.
Estes últimos foram a maioria, o grosso modo do grupo, a voz mais expressiva.
Vieram as votações democráticas, o jornais influentes e os críticos,
porque eles caminham com uma atenção desmedida aos viventes,
ordenar a destituição da história.
Criaram-se correntes poderosas apoiadas em publicidade, risos e drogas simples, todas destinadas ao aniquilamento do dizer distante.
Todos acabaram por acreditar na necessidade de afirmar uma mentira colectiva disfarçada de verdade.
Homens,
mulheres,
sombras e sentimentos
esconderam em si uma história eterna, uma profecia sem profeta, revestindo o fim do astro com uma couraça de silêncio.
Hoje o sol parou.
Não se vê luz em qualquer parte .
Adivinhem em que tempo estou ...
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