Pensei escrever um texto sobre a Páscoa. Decidi não escrever. Com o frio que está, com a chuva e com a dor de garganta, não estou muito inspirado para escrever sobre renascimento da natureza, ou a ressurreição de Jesus.
Então vou escrever sobre a mosca que está aqui pousada sobre o ecrã. É patético, mas veio-me à cabeça. Sei lá! Quantas moscas iguais a esta existiram no mundo? Milhões? Biliões?
Bem, devem ser imensas! Tantas que quase caio na tentação de dizer que as moscas são infinitas. Mas o infinito é perigoso. Principalmente para as moscas. Pelo que me apercebo, da observação desta mosca, não me parece que ela tenha uma grande "vida" interior. Sinceramente, parece-me profundamente estúpida. Tão estúpida que em vez de estar a voar, se espetou aqui no ecrã fixa na luz.
Olha se era eu, que se tivesse asas, me punha aqui diante de um HP (perdão pela publicidade, mas recebo comissão da HP ... ou não!)a escrever um texto sobre um insecto. Aproveitava as asas para ir voar. Ou não. Tanta gente (incluindo eu) não sabe bem o que fazer com o que tem. Há momentos em que deitamos tudo fora. Deitamos fora e depois fazemos como as moscas, vamos aos restos.
Portanto, deixa de ser moralista Leandro. A mosca também pode dar-se ao luxo de gastar mal o tempo (pena o tempo dela ser menos que o meu). Mas, se a mosca está a gastar mal o tempo, eu também estou. Não estou eu, também, frente a um PC (deixei-me da publicidade) enquanto podia andar lá fora. Mas doí-me a garganta e está frio e está a chover e não sei bem que mais, que me leva a dizer: Vou escrever sobre uma mosca no blog.
Tema inaudito, este o da mosca. Elas são tantas (acho que já escrevi isto) que nem as vejo. Passam-me pelos olhos, irritam-me no verão, atrapalham-me nas refeições. Vejo-as tantas vezes, que as esqueci. Passam-me ao lado e vão zumbir para a ETAR mais próxima.
Que mecanismo este. Este mecanismo de ver as coisas repetidamente, e por tanto as ver me farto delas. Deve ser alguma coisa lá do cérebro, que um neuro cientista já desvendou.
Bem, a mosca pirou-se e eu já me enchi do texto. Acho que até a mosca se encheu dele, já o estava a ver à muito.
Vamos ver qual será o neuro cientista, que vai estudar este fenómeno da mosca.