Riscas vermelhas num fundo dourado,
(sai daí! isso não é lugar para ti! cala-te que ainda és novo)
de um vermelho ocre, como sangue saído das veias da imaginação (cala-te! não penses muito e faz).
E esses traços de vida são indiferentes a todos. Eles entram e saiem, passam e não olham, fotografam mas não guardam.
E eu, sentado no meio daquele lugar branco, fito as fitas de cor.
(já minha mãe dizia - "filho, não fiques aqui". Só falta saber se faz parte do castigo!)
Quando deixar de ver aquelas marcas, vou-me lembrar do que poderia ter sido àquela hora. Mas o tempo deu-me as voltas
(dizia o meu amigo - "é preciso tempo, agora tens é de saber se vais-te dar ao luxo de esperar o suficiente")
e trocou o dito pelo não dito, o aceite pela loucura, o ideal pelo impossível.
É impossível que não estejas aqui, mas é infinitamente real.
Ai! Deixa-te de coisas, a vida é amar uma pedra (já dizia o Lobo Antunes).
Nem que seja uma pedra filosofal...