Não tem muito que dizer. Arrancam-nos os dias e as horas. Furam-nos os sonhos com ideias de morte.
Nunca te contei que tenho uma solidão dentro de mim que me come. Come as ideias boas e más. Come toda a esperança e leva tudo para longe.
A senhora da rua calca as pedras que eu calco, pisa as folhas que eu piso mas não me conhece. Ela fica lá e eu fico cá. Estamos encerrados em dois mundos paralelos, primos até, que de tão próximos se perpetuam mas nunca tocam.
A rua que eu piso é esta dor e a mulher que falo é a minha raça de lutar. Um dia vou fugir ao meu ADN e desistir.
Mas não hoje,
hoje é só dor.