Não sou nenhuma história de novela, nem romance evidente no primeiro capítulo.
Puxo um cigarro e olho as estrelas, como natas, rio pouco. Tal natureza arisca não se conta numa narrativa parca, preenchida de diálogos
(xiu. cala-te e ouve o que és!)
e esquemas fáceis a puxar o interesse animal.
As árvores cá de casa andam enfeitadas com flores. Coisa linda de se ver.
Sempre que saio lá fora me sinto feio, mal vestido e vagabundo Elas a casar e eu a carregar um mundo escuro. Antagónico mesmo...
Resumindo, as árvores daqui dão flores e pardais cantantes. É de ficar maravilhado.
Artigo de jornal também não sou. Aquilo é muito cru A vida dos outros ali espalhada, exposta aos transeuntes que passeiam num domingo de Abril.
Nunca gostei da vida dos outros, nem de mexericos ou baboseiras de vizinha entreter.Que se catem os mexeriqueiros e a gente da má língua.
Aos críticos, tudo atira a pedra, mas à gente faladora da vida alheia ninguém ergue a voz e o desaforo.
Fumo mais uma passa, amanhã vou ver as árvores casar com os pássaros.