Dito entre trovões,
redito ao granizo,
contado à terra que treme.
O passado brotando dos poros. Tantas falas,consoantes, vogais ... Olhares fixos e cheios de raízes vermelhas. Fomos raiva desde sempre, tempestade, onda que bate lá longe no mar. Dois pólos de um planeta andante.
A casa parado após os gritos. A ignomínia pulsando nas veias, nos olhos, no ar. Portas fechadas, trincheiras, causas nobres tão ofendidas. A certeza pairando numa nuvem ali no corredor, ou na cozinha? Talvez na cave.
Escavo um buraco com as unhas, faço sangue e escavo. Tem um baú no fundo, penso. Tem uma beijo no fundo, penso. Tem um abraço quente, desejo.
Olhos fixos no ar à procura de Deus. Gotas fixas, estáticas e impedidas, fazem um lago. O ar preenchido pelo suor dançando com o veneno deitado fora. Paro de escavar, acabou. Abro a porta, toco a nuvem e digo adeus. Não volto mais. Foi o fim.
Nunca começou ...
Ando numa chuva miúda, entre um sol escondido e umas nuvens de momento. Gaivotas brincando sobre a história de uma nação. Pombas pintadas num vidro e fontes tocando o céu. Nunca lá chegam ...
Vim ao mar ...