Quebrar-se aquele vidro que reflecte a sina dos ignorantes. Quebra-se em mil pedaços. Quebra-se.
Na cabeça as ideias giram e o cérebro aquece como fogueira de verão. Fundem-se os dentes numa pose de ameaça e desespero. Explode o corpo em violentos espasmos de raiva.
Não percebo!
E o universo acabando numa guerra sem sentido onde tudo morre. Buracos absorvem a luz e as estrelas rebentam matando planetas, cometas e luas. Partem os amantes, fogem os maridos, morrem os avós. Espuma a boca um liquido branco onde escorre uma linguagem vinda das vísceras.
Explica lá?
E o sangue aflroesce com força, o coração acelera quase saltando dos freios obrigando os braços ao movimento. Cintilam os olhos como trovões paridos do seio celeste. Tremem as mãos e os pêlos inundam-se em seu suor.
As palavras, sem passarem pela cabeça, caiem no chão ou saltam como balas assassinas e ladras. Bofetadas verbais escurecem o ar e um fumo se espalha na fronte.
Não se vê nada.
Não se vê ninguém.
Sai da frente!