Debaixo dos pés a terra treme e os ouvidos filados. A voz entra e toca o coração, porque o coração sente as letras. Confessas a dor infinita dum sonho caído e a causa sou eu.
As lágrimas tuas são fruto dos meus dias, das minhas noites, dos meus sonhos. E isto sabe a injusto.
Fito os olhos numa amplitude de natureza restrita pela porta e desejo um lugar melhor. Estou farto de lutas, horas certas, contratos eternos quanto eu. Porra de castigo!
Soluças agora, porque as lágrimas já ganharam a luta, e eu prefiro engolir a dor. Para pranto basta o teu, o meu que espere ... o meu espera sempre. A vida mudou tanto e a dor alheia andando por aí. Cruz mais infame esta, sofrer por ser, magoar por acreditar.
Emito uns pareceres obrigatórios e cheios de normalidade. Que se diz à dor de alguém?
Nada.
Mas é dever dizer, é dever ...
As banalidades professas com voz de coisa séria, pensada, temperada de juízo. Que se dane o juízo! A vida é feita do que se sente, não da mentira dos certos trilhos. Mas continuo, continuarei e morrerei tentando continuar.
E basta por hoje.
Agora vou chorar eu!