Num país onde as pessoas são belas, ruivas e sábias,
e as estradas são ladeadas de verde,
(pode ser só um bairro)
com bonecos risonhos de jardim.
Ao fundo aviões que deixam fumo
(tanto pode ser ao fundo como para cima. a estética aqui interessa pouco. fico-me pelo "ao fundo")
marcado no céu como que dominando a natureza.
O céu,
já que se falou,
está azul. Melhor, convinha que estivesse azul, com sol mas nada de exageros.
Num país onde as coisas são mais belas,
e quem diz coisas diz pessoas,
(gosto de materializar. fica contemporâneo. soa a curioso, barra, decadente)
o clima é ameno, os sentimentos são suaves e o tempo dócil.
Podemos até pintar a paisagem com ovelhas indiferentes e atentas,
um paradoxo natural embeleza sempre tudo.
Nas costas uma casa rural em pedra castanha, quase madeira. Um telhado inclinado protege toda a habitação, mas nada de exageros.
As casas caiem,
(aqui não. tudo corre. tudo fica)
portanto nada de canseiras.
Deixemos a casa, cansa-me o meio do lar.
A burguesia familiar,
ou até a nobreza apoiada em preceitos clericais sobre o doméstico.
E depois a arquitectura, a floricultura e mais uma "tura" qualquer, que sim,
as pessoas do lar
(não as belas. ruivas. asseadas diria)
têm sempre uma biologia sedentária própria.
Sofrem da patologia do neolítico. Mais simplesmente: a acomodação.
Não existe nada cómodo aqui.
Existem pastos, árvores e caminhos rasgados entre sebes verdes muito direitinhas.
É aí que quero estar, no idílico.
E depois,
chegar,
ver,
queimar e
voltar ao inferno dos povos.
No fim recomeço
ponto