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Na na na




Na na na
É a mesma conversa, o mesmo refrão de sempre. Fala-se do que já se disse, fere-se com as mesmas armas, mata-se com os mesmos ventos de terror.
  (terror cá dentro. quem vai gostar? quem não vai gostar?)
E a canção anda, corre na rádio, salta para os rapazes na rua. Assobia-se, trota-se, memoriza-se.
   (estou farto de lembrar. preciso de um banho de chuva e gelar tudo)

"Na na na" disse o vizinho.
Então com está vizinho?
Não estou, deixa-me em paz, não existo!

Podemos fazer de conta só hoje? Esquecer que a conversa é morta, deixar a  música na rádio. Era bom.
  (terror cá dentro. não gostei. gostarei?)
Faz de conta aí no espelho, ou no lago das lágrimas. Basta parares de chorar que já fica tudo claro. Como um espelho.
  (gelar tudo na cápsula do tempo que foi mas volta. era um calor que derrete isto tudo)

Vamos inventar palavras? Línguas de anões e de fadas. Bem que podíamos! Esta já não serve para grande coisa. A culpa se calhar não é nossa, é do vizinho talvez.
  (então vizinho? deixa-me em paz, não estou cá, não existo)
Bem, talvez não é. Coitado do vizinho, que culpa tem ele.
Então de quem é a culpa? Morreu solteira. Não vamos discutir isso também.

Olha, conheces o refrão na na na?
Ai conheces!
Então deixa de cantar isso que eu não percebo e isso é raiva pura. Olha-se o horizonte daquele pilar de orgulho.
Sou criança! Há algum mal?
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