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Põe-me o braço no ombro, a vida pesa-me muito.
Talvez o calor de ti torne as coisas mais fáceis.
Converso com a noite palavras de segredo e uso verbos do reino do sonho.

A vida está perdida aqui na terrinha de sempre. Passam as horas e nada sai certo,
(fecha a porta depressa. vai entrar frio e ditos de antes. rios de pensamentos trancados a cadeado)
mas tudo nos carris. Tudo em caminho feito de armas paradas com munição lá dentro.

Que bonito!
(cala-te és giro. cala-te e fecha a porta)
Lados errados da noite pouco bonitos. Prismas da escuridão permanente, sem hora nem estado.
(toca o telefone. frágil de se ter só com muitos. música solta)

Que bonito ... não sei!
Quero um ombro, uma perna pela noite dentro,
(porta fechada. sem escuro. é noite dentro)
uma panóplia de órgãos dispersos. Tudo aberto para mim
(por isso fecha a porta. anda aí tudo aberto, até tu. a vizinha já sabe?) 
mas não quero que se abra, ou abram.

Que boniteza vai aqui!
Diamantes caídos na lama da idade interior, caídos nas vielas
(a vizinha percorria vielas. os vizinhos desconhecidos, ou seja: toda a gente, andam sempre em vielas)
 saindo pelos canos dos olhos.
Nem o encanador
 (não podia ser canalizador? não parvo! isso é normal demais. é complexo não entendes?)
da empresa de todos
(na terrinha tudo é de todos. no fundo, está tudo na cara da gente)
 pode arranjar isto.


 E agora no fim
(agora não tem tempo. passou a vidinha nas coisas dele e não tem tempo agora! porra de gente)
ficamos a rir. Olhamos, rimos e fica-se assim.
Que beleza ... acabou.
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