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Frio



Não há muito a dizer num texto destes. Está um frio abundante e as pessoas usam cachecóis criminosos que lhes tapam os rostos e apertam os pescoços.
Se o governo não se põe a pau
   (a gente tem é de pegar numas ripeiras e indireitar as costas ao poder. o povo tem sempre razão. oremos)
vai ser uma chacina de gente. Esta mania de suicídios voluntários com roupa tem de acabar. Palpa-se a rua com os olhos
   (tira as mãos! são os olhos que vêm)
e mais gente de cachecol preso e com rosto de pedinte a dizer: "vá lá, mata-me".
Que faço eu? Fujo. Não dou para assassino frio, muito calor nas veias junto com palavras na boca.
   (pela boca morre o peixe. para os lados do Porto, as ruas sempre escuras e cheias de medo pela vida. seremos assim todos tão sozinhos?)
Assim vai o frio por cá. A gente mostra-se fraca, rápida e desesperada. Não andasse o povo de cachecol. Eles escondem mas vê-se vem a vontade de sumir entre as gaivotas da estação, essas sim vencedoras.
Bem, mais um buraco na terra, lagartas amarelas correm sobre ferro e gente entra e sai. O bicho da pressa comeu-as e agora vão-se matar com cachecóis.
   (espero que o governo trate desta gente tão pobre cheia de tudo)
Será que estamos assim tão sós?
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