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Talvez uma mão



Será possível?
Um rosto de anjo caído e a mão na minha mão. Um rosto de anjo a sorrir e as mãos tocando-se. A sensação de  vertigem e deslumbramento. Um sorriso tímido e a vergonha por se ser assim. Seria melhor ser mais forte e divinal. Seria bom.
As palavras entaladas, porque as palavras não dizem nada, e quando dizem é o coração que fala. Mas o coração salta, sonha e imagina. O coração ocupado e a boca muda. Chocalham as ideias, os desejos e as mãos. As mãos presas e um telefone.
Os olhos que se tocam de forma indecisa. Uns querem tudo, outros não dizem nada. E esse martírio quaresmal podia dar em Páscoa. Qual Inverno vira Primavera eterna onde corpos se dão num arfar de complemento. Desejo ardentemente um quadro com cores e um luar cheio na praia. As mãos dadas já sabendo tudo e o mar frente. Ser forte contra o infinito.
Os segundos impregnados de um sentido fundo, e horas enjoativas quando as mãos se desprendem. Fomos cordeais. Talvez fosse o que nos concederam, uma cordialidade inteligente.


Mas,
talvez não ... 
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