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Teste



O coração saltando no peito e na cabeça : "E agora?"
O os olhos congelados numa paisagem preenchida de terrores repetidos. O normal saltando duma caixa onde tudo se torna escuro, temeroso, assustador! É o medo, o nervosismo de falhar, a dúvida da utilidade das horas.
No relógio correm os ponteiros e a pele levanta em revolução, elevando o terror a cumes maiores. Uma gota de suor corre dos cabelos já ralos e na boca um sabor a metal.
"E agora?"
Tremem as falanges em gesto de pena fúnebre com os olhos lacrimejantes de tão atentos, estupidamente excitados de uma atenção ébria. O papel disperso numa mesa limpa onde habitam esperanças e desesperos.
Nisto o relógio ...
Nisto os números e letras levantados do chão.
Nisto a cabeça em luta permanente.
Somos tão injustos! As horas correm com dimensão dispare e a ânsia dum número elevado numa grelha pintada à moda dos génios.
E o relógio ....
segundo, segundo, segundo
"E agora?"
O peito a rebentar, a mão húmida, os pulsos acelerados numa tensão avassaladoramente letal. Morrerei aqui? E a mãe em casa, o pai em casa, o irmão talvez em casa e os outros que vão perguntar?! Não posso parar ... e o relógio no pulso fazendo uma sombra diferente.
É um peso o relógio.
Faltam
minutos, minutos, minutos
proferiu o carrasco!
"E agora? "
Quero um beijo amor.
Quero sorte amor.
Quero tudo, meu amor!
E eles com tudo pintado em limites indefinidos que nos aceleram o ar nos pulmões. O ar entrando, e o ar nunca lá antes. O ar agora cá dentro enchendo tudo, e o ar despercebido antes.
Pelo amor de Deus, parem o ar!
Nisto, explosão, som, parar ...
Por tudo, quero sair!
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