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Cansaço



Não acredito que o ser humano seja uma peça boa, deixei-me dessas crenças cedo, é muito difícil crer na limpidez das pessoas quando se presencia o jogo da influência. O jogo da ética se sapato conveniente e da pele acomodada.
O ser humano não é bom ! Que me perdoem os alegres e os Socráticos. 
O bem não é uma questão de educação, é uma questão de convicção, de luta, de martírio silencioso que arrebata as forças e causa imensas desilusões. Não creio que o rito das crenças ou os livros filosóficos possam incutir o bem. Muito menos serem capazes de fornecer as ferramentas para a distinção correcta entre o errado e correcto.
Acredito na arte,
na contemplação 
e no silêncio. 
Penso que a visualização do mar no Inverno, o calar antes do sono e alguns momentos preciosos de um espectáculo que fala à mente, são ferramentas que educam ao bem, melhor, são formas de o gravar a fogo no coração.
Mas são obras que exigem uma envergadura de espírito, de abnegação e responsabilização pelas falhas que, me permitam os discordantes, não é barco para todas as gentes. Não me castiguem os socialistas com as suas utopias insuportáveis de tão jovens, isto não é uma questão de posse ou fome, o bem é uma questão de despojamento, de frontalidade, de fibra. 
 A ética dos justos prende-se aos vasos do corpo e é um cancro que consome as energias, é uma luta eterna pelo nome do eterno, não pelo próprio. Só assim percebo o cansaço, o esgotamento total e a vontade de deslocamento de tudo para um "campo" onde a vida seja estática. 
O cansaço não é possível aos perecíveis de valor, o esgotamento nos falsos é a paranóia contra o mundo manifestada na infinda folia que os rodeia. Os fracos não suportam o silêncio, a solidão imposta como um remédio mais tónico que os químicos que envenenam a mente e enganam o corpo. 
É cansaço que sinto hoje e perdoem-me os perversos, mas de vocês sinto pena.
(levem lá um risinho meu) 
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