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Dona sorte




Oh duquesa dos entes, rainha dos sem pão. Saí de vossa janela coberta de ouro,
de talha,
de luxos sem fim.
Vede a terra a acabar ao longe ... vede a arte queimada e a barbárie dos homens,
dos teus súbditos!
São ovelhas sem pastor, legião sem general, famintos sem pano vermelho ...
são nada sem ti.
Contemplai os jardins secos, as montanhas despidas a neve eterna, ouve as nossas preces e afasta o Inverno. Reforça as nossas muralhas, aumenta nosso fosso e acorda nossos guardas.
Mandai-nos anjos!
 Dai-nos tempo.
Vemos a terra de nossos pais desvanecer, grossas nuvens de nevoeiro sobre a lonjura,
campos sem a arte de parir.
Que somos agora ?
Tu em teus palácios divertida com a genialidade, o gozo dos anos florais, a beleza de um se eterno. Porque não nos ouves?
Porque não entendes mais nossas causas ?
Serás nobreza sem sangue ?
terás uma pedra no centro de tudo?
Não acredito ... não acreditarão os milhões de bípedes que criastes, que amamentaste de esperança e leviana crença num tempo de mel sem fim.
Vem aí o Inverno  e tu ?
e Vós ?
Prefiro morrer sem ti,
talvez eu
já morto.
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