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pelo amor que te tenho



Meu amor eterno não correspondido, escrito em traços de indiferença sorridente de quem promete a presença mas não a permanência dos que nos vão ver decair do nosso corpo.
Estás longe e eu perto de saber as falas dos poetas quando velam o amor desiludidos na esperança do amanhã talvez eterno.
Guarda-me um pouco num momento de esforço desnecessário porque imposto e leva-me a voltar a crer. Oh, abandono-me deste ser certo de tudo para falhar nas palavras todas que te digo.
Titubiar-me
(vê como escrevo em prosa versos e inverto o pessoal ainda mais para o interior, redundante e fundo, espelho contra espelho)
por falhar na impressão. Não explodes em sentimentos e vives na atormentação do morno enquanto o assustado sou eu. Vivo vigiando o indefinido e juro que estou encantado! Mas nem o encanto me sai e posso afirmar que não sei história nenhuma, não há nada para contar sem existir a viagem rabiscada mil vezes por entre os intervalos da tua manifestação.
Por isso vê, isto não é a vida de um nervoso?
Sou um condenado!
Vi-me na glória e regressei ao interior.
Paro
desisto,
sinto com o os olhos do tempo e entendo que nunca saí.
epifania 
A vida é afinal um grande sono em forma de partida divina. Não há eixo vertical ou horizontal,
não existem dimensões,
existes Tu.
epifania
Tenho sede
(agora vou falar da realidade)
é tarde, o calor reescreve o quarto numa sensação de desconforto,
pequeno sufoco,
estrelas lá fora e o um vento tão inverosímil corre só nas folhas.
(passei a escrever prosa em linguagem de poema, inverti tudo. se começar de novo e te espantar será que ficas?)
Quero dormir mas ainda não estou distraído do dia.
Medico-me
actuo em revelia, ninguém superior ordenou isto,
transgrido sem pecado.
Este isto não é sobre sexo, posse, certezas inventadas pelo comum. Estou a falar do funcionamento dos ossos amigos da morte
logo não há moral nenhuma
(adão terra eva coisa saída de adão, logo dentro do dentro da terra correndo em ignorância também chamada infância, porque quando era pequeno só tinha imaginação e os jarros hoje sei que são narcissus brancos que cortava eram milhares de inimigos despidos de ódio. Porque julgo hoje tantas coisas?)
Não sei sentir pecar.
Ninguém falou em amor
falei de adormecer o corpo e esperar a leveza.
Sei hoje imensidões sobre o bem e o mal e pergunto, amei?
Amei a verdade escrita na imaginação mas estou focado no real.
(mas quero contar antes de descrever. sonhado és mais que o certo de amanhã)
Vê a parede, o quarto, a hora avançada de um lado e ainda longa do outro.
Achas que foi a distância a causa deste mito?
Vou responder, foi a consciência: ontem os jarros hoje a vida. Mas não há vertical nem horizontal, da câmara clara ninguém nos livra
e nesta condenação ordeno, existes para sempre! E a resposta mais pequena do que o sintimento e o que se sente mais pequeno do que tudo e o tudo bate na existência.
E que dia será amanhã?
sinto já os efeitos das falhas que pratiquei
Não recordo um instante de esquecimento conjunto, foste sempre tu e eu prolongamento da bondade dos teus olhos. Sou mais herói pintado em nesgas tuas do que realidade escondida na rotina dos meus dias.
(agora junto as pontas, o palpável com o sonho)
Há muito a dizer sobre a ilusão, esse espelho que mistura o facto com o sonho. Eu acreditei em ti e elevei a minha alma
ou lá que se possa chamar ao espírito
a um estado de dependência lunar. Tu sol eu lua e a lógica dizendo que nenhum calhau do universo dependente entre si, só a gravidade, só o invisível juntando os corpos:
ilusão lei,
lei irreal,
jogo com regras inventadas no momento e espero pela moral repudiada lá atrás.
Recuo tanto e nem sei se é de mim que falo. Há uma história em nós, tenho um histórico disto que me socorre. Sei quando te "vi" e tenho de saber quando te deixo.
Tomo uma decisão de honra, logo vou expor-me sem dependências ao mundo porque eu esqueci e sem memória existe só superação.
Deito a cabeça, ainda tenho um local para ser tudo mas não posso mais, há ali uma amarra e vou entregar-me egoísta porque mudar mais não é possível, que seria eu já sem nada?
É da natureza do homem não saber abandonar e eu humano
terra, dentro da terra e domado pela terra
assisto à minha ignorância esquecendo a arquitectura das minhas finalidades.
VÊ COMO SOU NADA!
mas protegi o que contei à vida em desejo e ela mo concedeu.
Fiz-te, fiz-me e agora durmo,
falaremos mais do futuro e da ilusão que o alimenta.
Num murmúrio de ópio digo: a alma não é para se ter.
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