Se soubessem que lá na minha rua toda a gente é correcta, nunca imaginariam até que ponto tudo isso é mentira. Todos guardam pequenos segredos, pequenos ódios, grandes dores.
Em cada porta da minha rua (dessa rua que é a vida) todos têm histórias. Umas são contos, outras novelas e outras romances (daqueles grandes que se lê e não se anda para a frente).
Mas pensam que foram eles (os de lá, de lá da rua onde eu ando) que me disseram? Ninguém disse nada. Tudo ri, ou chora à espera de pena. Para perceber esta gente é preciso ver bem: a entrada de casa, as pessoas que lá entram e saiem, escutar bem as falas do inclino, estar atento aos suspiros do dono.
Porque, até vos vou confessar (coisa que o povo da minha rua não faz, confessar), todos querem que os percebam mas falar, é para os outros!
Portanto, se passarem cá pela rua onde eu moro, parem e vejam bem. Lá atrás daquelas caras perfeitas e tão bem ensaiadas, à sempre muito, mas muito mesmo (tanto!!!) a dizer.
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