Aquele canto por detrás do pinheiro...
(eu não sei escrever simples)
canto ou brisa ... não sei mesmo
(é que ser simples custa muito)
só sei que é triste, lento, grave
(perdoem-me os que buscam a paz de um texto tão certo)
Ouvia ao telefone o cansaço, a monotonia de sons monocórdicos de quem responde a mais uma tristeza.
(não, não sei escrever simples nem te mostrar que estava triste por ti)
Hoje o Antunes disse-me uma forma de se ser só. Coisa bem pensada até. Mas próxima do abismo
(agora abres parêntesis abertos ou fechados, sabes, os números não cabem todos aí, são infinitos...)
do autismo. Do autista que fala então, ou do lençol freático que vai dando poços à terra, como se os poços fossem borbulhas de uma pele.
Mas isto disse o Antunes e mais eu não tenho para dizer.
Não quero dizer que a vida é cheia de silêncios, toda a gente sabe, mesmo que o não admitam.Se tivesse algo para dizer seria descrever o silêncio da mãe que vela o filho doente. Ou o olhar do velho para o horizonte. Talvez diria um bocadinho de mim ... mas seria pouco ... ainda sei pouco.