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As-Tu Déjà Aimé?




Vou aqui dizer nesta página aberta ao mundo que eles têm razão.

"É tão verdade o que eles dizem!"

E não é que é mesmo verdade? Os gestos comem o juízo, nos escondem o discernimento.
Os actos afectos à contagem por segundo matam a reflexão, disparam o coração e cansam-nos.
Os actos reactivos, aqueles gestos que nem notamos, vão atrás da beleza do momento.

"É tão verdade o que eles dizem!"

É verdade mesmo. Aquilo do fazer do momento dá mais sentir.
Cometer uma loucura é sentir-se vivo. É perder-se no sonho de que somos imortais.
É tão bom não ser normal, não acordar com a rádio e sair para o trânsito.

"É tão verdade o que eles dizem!"

Fazer em cima do joelho é esperar a queda. O levar-se é ceder à febre de uma doença maior.
A imprudência de um acto pode ser a morte do artista.
E os sons lindos podem vir do mar, onde as sereias nos podem levar.

"É tão verdade o que eles dizem!"

Deixar as coisas assentar é acreditar no eterno da rotina, mas no fim tudo morre.
O querer ser seguro é construir barreiras de mentiras, onde se mente em cada gesto diário.
Não ser louco é querer trazer as coisas de outro, as coisas de outros dentro da casa nova.

"É tão verdade o que eles dizem!"
Ou se escolhe boa casa, ou se fica por remendo novo em pano velho!

E eles dizem: "As-Tu Déjà Aimé?"


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