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Caras




O cheiro do ambientador, aquele chão cinza com portas brancas.
Carrego em mim cem vidas, ou mais. Aquelas caras que foram passando e se mostrando.

Lembro-me do fogo no mato, dos campeonatos, das caminhadas em grupo, das músicas de manhã. Sempre pedaços de um tempo anterior. Sempre restos de lugares intocáveis.
O tempo passou e tudo isto ficou para trás e com isto caras e mais caras. Onde estarão elas? O que farão agora que o tempo passou? Ainda sonham, ou vida foi demasiado dura que lhes roubou os sonhos?

Onde estão todos vocês que não estão aqui enquanto escrevo este texto e me lembro de vós?
Quis são as vossas moradas, as vossas casas, as vossas ideias?
Será que foram todos para Paris e ficaram presos em fotos bonitas?

Não sei! Mais uma vez não sei.
Tudo isto me tortura.
O pedaço de vós continua aqui nesta memória de elefante. Lembro-me dos olhos, das palavras, dos dias de trabalho, das conversas....

Talvez um dia esta dor acalme e esta vontade de querer saber de vós morra.
E depois, eu possa voar para Paris e ser feliz numas fotos minhas.
Fotos paradas cheias de vós.
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