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Incerteza de uma hora




De manhã, que medo ...
... que vai ser, ou não ser ... será?

De manhã como vai ser?
 Levantar
  ouvir a rádio
  ir para o banho
  sair.

Vegetar umas horas num cubo que me impingem,
fazendo obra que não me agrada
perguntando:
"É obra que faço?"

E arrasto a pergunta pelas ruas:
  são as pessoas no centro ... que fazem?
  os casais nos bancos ...  que dizem?

O senhor dá milho aos pombos, mas não olha para eles. Tem a cabeça longe daquilo tudo.
Deve ser a idade, já pesa.
Já se arrastam as horas perguntando: "Que virá depois? Quando vou para o lar? Vou ficar só?"

O senhor fulano de tal levanta-me a mão.
Lá me encontrou a passear pelo meu mundo.
Será que ele tem medo de manhã?
Ou à noite?
Deve ser quando vai o sol.
Sentimos sempre que a obra está incompleta!

Adeus fulano de tal!
Vou voltar a casa ver a noite cair.
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