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Um dia



Um dia vou vestir o teu pijama, amarrar-me em tuas almofadas e deixar-me levar pelos teus lençóis. Comerei tua comida, roubarei teus silêncios, verei tuas fotos intimas, aquelas da infância que escondemos sempre.
Verei tua saúde e tua doença, mais a tua avó, pais, irmãos e gente que passa por ti.

Sempre que vejo um sorriso guardo-o, ou um olhar. A gente conquista-se aos poucos, não é tudo de uma vez, ficamos fartos por dentro, por fora e embaciamos os olhos. Isto vai com calma, com suspiros, risinhos, palavras ditas à la carte!
E,enquanto o tempo passa, as pessoas entram, armam tenda, fazem uma fogueira e cantam canções. Quando percebemos éramos sós, deixamos de ser e isso é tão bom!
Por isso guardo os sorrisos, os olhos, os ais e os desaforos. Fica tudo dentro de um baú e assim amo. Amo bem e mal, mas amo.

Se me sorrires agora seremos felizes.
Pega num mal-me-quer, arranca as pétalas ao som da ladainha infantil.
Será que te querem?
Talvez...
Vamos sorrir para o ar!
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

João Bosco da Silva disse...

Vamos lá então caro Leandro, "sorrir para o ar". Não há maior feito que esse: "sorrir para o ar" e que venham os grandes de cara séria a dizer o contrário que eu digo-lhes.