As gotas de chuva e eu trocado por alguma treta ou alguém. Antes por alguém do que por uma treta. Cai a chuva e eu num mundo único cheio de cantos. Eu num canto ouvindo a chuva sentindo traição nos ossos.
Ninguém prometeu nada e ninguém tem rosto. Ninguém tem a arte de deixar marca como os sons agudos de um acidente. Domina a mente e invade tudo. Perde-se o gosto, a vontade e o desejo. Toldam-se os olhos e a noite espreitando daquela ponta da sala.
A noite querendo tomar o meu canto e eu agarrado à chuva digo: "não vou dormir". Arregalo os olhos e luto com o escuro. Pessoas dançam na minha mente, vestem roupas negras e choram porque morreu alguém. Eu encostado a um canto e pessoas, como nuvens sobre mim, dançando ao som de uma triste morte.
Sinto os olhos pesar e a noite rondando meus restos, não posso ceder. Dormir seria deixar tudo, esquecer isto e pretender uma manhã melhor.
Não posso permitir tal.
Não posso aceitar uma nova mentira.
Não posso mais!
Lá fora as lágrimas dos santos batem nas folhas e o cão a ladrar para as folhas irrequietas. Terá o cão medo? Deve ter, ele carrega os meus olhos silenciosos em seu andar manco. Ele sabe tudo. Eu sei nada. Prendo os braços a um resto de luz imaginada. Prendo todo o meu corpo a uma ancora de sonho casto. No fundo acredito.
Depois, o sono, o respirar pesado, o intervalo.
Até outro papel ...