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I was born to love



O rio, donde vem a luz, estendido ao longo das linhas largas. O rio dentro das linhas que vejo e a luz nasce do rio. Dispostos os corpos sobre seixos rochosos, adornados de cores e brancos misteriosos. A cor em forma de culto e os corpos em liturgia humana.
A luz, filha estendida das águas, dançando entre raios decompostos que beijam as faces,
os tempos,
os lugarejos onde vivem os corações quentes.
Nascem os filhos dos homens e a sina da terra pegada ao sangue. Gritam e a vida anunciada em água salubre.
Beijo na face.
Grito.
Beijo na face.
Mãe ... beijo na face.
E água, sempre água distendida, arremessada, precipitada pelas bênçãos de Deus. Sempre ... O tempo sobre um véu de veludo líquido, tocando as vagas espumantes onde passeia a luz. A luz dispersa, a luz certa, a luz complexa entre cantos angelicais.
Vejam os peixes brincando. Vejam os homens nadando.
Por tudo, vejam!!!
Deixem os seixos reluzentes, aquecidos pela raiva das lutas. Os seixos e o sangue, o culto de ser homem grande, moderno, certo.
Deixem!!!
Sintam-se as lágrimas como lufadas de amor e a saliva seja o vosso dom. Profanem as vossas rotinas e rituais de gente sóbria, partam vossos altares onde imolam vossos beijos aos deuses mortos, aos deuses surdos.
Partam!!!

(do ventre do tempo, o amor das águas, nasceu a existência dos seres. a existência dos seres é as mãos dadas, mas os homens esqueceram. a Terra escondeu e os rios correm, porque os rios são a luz das faces habitadas. talvez os homens lembrem, talvez não ... talvez)


E quando a luz emprenha de felicidade e os corpos se libertam dum quê de morte, eu falarei em nascença.
Hoje, a luz, a água e, se deixarem, a lua.
O corpo num canto escondido, também ele pode ser.

(Entendam os homens. Entendam!!!)
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