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Amor,
dar as mãos
A princesa
Sorriso pequeno construído por pedritas pequenas encavalitadas. O rosto oval, alvo e lindo. As mão finas que roçaram um teclado
antes
acariciam distraidamente a seda das pernas.
O cabelo enfeitado em cachos circulares, descai-lhe pelo lado esquerdo do olho. Aquela massa meticulosamente organizada, meticulosamente pintada pelas mão eternas da natureza,
é castanho
meticulosamente disposta para embelezar a candura pura.
Mãezinha como se canta?
Eu estava na escolinha e a professora disse som ...
(som. estranho. som e som e som.)
Gostava de perceber mãe, porque existe som?
(cresce. som. na rua passa um gato preto)
Há momentos na vida
(desculpem que vos fale assim, mas temos de ser próximos nestas coisas da vida)
em que os olhos se iluminam.
Há momentos na vida em que a calma invade o corpo tenso, o coração nos toca a boca e os lábios se organizam num mistério de alegria e desejo.
Há momentos em que somos felizes e crianças correm lá no fundo do parque, patinhos bravos passeiam-se na sua calma certa e umas andorinhas cantam algo que não percebemos. As árvores agregam animais imensos e pequenos e o verde do chão contrasta com a terra enlameada dum funeral em Janeiro.
Mãe o que é a música?
(polifonia de vozes sem fim. somos tantos como todos. somos um mundo com som)
Tenho algo no fundo escondido, lancei um balde não cheguei ... posso cantar para ti?
... posso ...
Não acredito no silêncio!
Ela sentada num trono de eras verdes, azuis e amarelas. Leva na cabeça uma coroa de flores brancas com o centro amarelo. São tão lindas ...
Nos lábios uma cor turquesa, esbatida, apagada pelo tempo experiente que vai passando. Pássaros cantando e bichinhos felpudos, cheios de barriga e olhos molhados como lagos primaveris, passeiam-se aos seus pés dançando com pequenos pirilampos iluminados e doces.
Ao fundo um arco quebrado em marfim. Anjos esculpidos tocam trompas celestes de forma gloriosa. Acredito que seja a entrada do céu.
Tem de ser!
Mãe vou amar um homem ... ele canta muito bem e nós damos as mão nos dias em que o sol é calmo.
(lá no fundo a música é a flor de se ser. lá no fundo, claro. tudo só tem sentido no fundo)
Beijo-te a testa e vou sair,
OBRIGADA.
(silêncio cantado)
Descendo as escadas de mármore onde repousa a nobreza, dizem que ela dorme lá ... pode ser que sim. O vestido colorido fazendo festas à frieza da história.
- Tens um sorriso vermelho com lábios turquesa ... assim cansados.
Levanta a mão onde vive o dedo ansioso (turquesa será. turquesa clara. em forma de flor)
e entrega a certeza numa bandeja de flor aberta em dádiva.
A pele linda e branca rejubilando pelo toque.
Há momentos ...
Publicada por
Unknown
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