A minha alma só repousa em Deus.
Diz assim (ou melhor, mais ou menos assim) um cântico de Taizé. Verdade? Não sei. Acredito que seja. Em Taizé dormia melhor que aqui. Tinha saudades do PC, ou do Facebook, do Twitter mais o MSN e o Blog. Mas dormia definitivamente melhor!
Ainda agora ouço os sinos. As pessoas a andar, a falar em línguas de todo o lado. A estrada que passamos de noite foragidos. Até a comida recordo, nem eu, nas minhas aventuras gastronómicas recentes consigo fazer algo tão mau.
Mas agora estou num shoping. Bem mais barulhento. Passam aqui caras pelas mesas ao lado mas eu nem vejo. Não tenho interesse, são estranhos. Lá não eram, podiam falar qualquer língua que não eram estranhos.
Quando eu era pequeno era assim. As crianças de agora estranham tudo. Têm medo de tudo. Só são valentes na PlayStation, na Wii ou na Xbox. Agora falar? Tá queto! Eu não era assim. Sempre falei pelos cotovelos. E queria que falassem para mim. Lá me deram uns livros para eu me calar às vezes e eu até gostei.
Voltei para os livros e para os passeios a ver os outros. Ver o homem velho que leva os limões para casa, ou a mulher bem vestida que esconde as lágrimas com uns óculos escuros da moda. Ver a criança que grita no hiper-mercado porque quer uma PlayStation, ou uma Wii, ou até uma Xbox. Tudo por culpa dos colegas da escola que também têm.
Bem, já falei demais. Sobre a letra de França, não sei se é verdade, mas acredito. Só queria acreditar mais um pouco, sempre dormia melhor.